Viagens de um Solteiro: Provavelmente um pássaro
por Marta Pimenta de Brito
Fui à Madeira para passar uma semana com uma amiga que estava lá a trabalhar. Tivemos um bom tempo juntas e visitámos imensas coisas.
No regresso, o meu voo era às 6 da manhã. Não dormi muito. Pensei que podia descansar no avião depois.
Fiz o check-in no aeroporto (naquela altura ainda não estava habituada a fazer on-line) e fui para a porta de embarque.
Quando entrei no avião, reconheci uma das hospedeiras. Também tinha andado no colégio alemão.
Disse-lhe olá e fui para o meu lugar. Estávamos prontos para descolar. Desde criança, a minha mãe contava-me sempre de uma viagem que tinha feito para a ilha da Madeira com alguns primos e quão pequena era nessa altura a pista de aterragem.
Entretanto tinha havido algumas reestruturas e agora era mais comprida. Mas eu tinha essa imagem na minha mente. Não era que eu tivesse medo, mas tenho que confessar que também não estava totalmente confortável.
Acalmei-me um pouco e permaneci de bom sorriso. Estávamos quase a descolar, já com todo o poder no motor quando o avião começou a entrar em ziguezague.
Percebi que o piloto queria parar a aeronave. Mas o Oceano estava quase lá. Fiquei assustada. Todos ficaram assustados.
Graças a Deus ele conseguiu e íamos estacionar o avião. Quando de repente dá gás e descola. Sem uma palavra.
Fiquei ainda mais assustada. Se o avião tiver um problema, morreremos no céu.
Quando pude, perguntei à então minha conhecida o que tinha acontecido. Disse-me que às vezes é um pássaro que bate no avião. Às vezes, só isto causa um acidente.
Mantivemo-nos a voar, comi a minha refeição e, depois de um tempo, ela voltou para me dizer que o que realmente tinha acontecido foi que ao dar gás a primeira vez houve uma luz que não ligou. Foi por isso que o piloto decidiu voltar. Mas ao segundo gás a luz acendeu.
Que episódio assustador!
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