5 perguntas para acertar no amor (1) - Esse amor é amor-amor ou é só amor-amizade?

por João Delicado

O fracasso de um namoro pode ser ótimo. Se forem vários, ainda melhor. Doem muito, eu sei. Mas sem esses fracassos não poderia estar hoje a oferecer-te estas linhas. Nunca teria aprendido o que hoje sei sobre o amor amoroso.

De hoje em diante gostava de partilhar contigo cinco perguntas que as minhas ex-namoradas me deixaram para acertar melhor no amor. São cinco perguntas que nascem cada uma da sua história. Entra comigo em cada relato e deixa que as perguntas ressoem dentro de ti. Com coragem, com a mesma honestidade com que te entrego este testemunho. Sei que te vais surpreender com uma determinada parte, por isso o máximo de atenção.

No fim, tenho a certeza, estarás mais perto do amor pleno, maduro, fecundo, que procuras.

1ª PERGUNTA

ESSE AMOR É AMOR-AMOR OU É SÓ AMOR-AMIZADE?

Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante, conheci uma rapariga estrangeira: cabelos compridos, loiros, olhos grandes e azuis, muito bonita. Mas nem foi isso que me cativou. Por obra do universo e do alinhamento dos planetas ficámos os dois juntos durante dois dias a visitar a cidade. E aquilo tornou-se uma experiência de 'Céu': as conversas, os silêncios, os projectos, os gostos em comum, a sintonia natural. Percebi que estava apaixonado quando, em compras no supermercado, lhe lancei um saco de alface por cima da bancada da fruta. Ela apanhou o saco e pô-lo no carrinho como se fosse a coisa mais natural do mundo. Achei aquilo maravilhoso. Na despedida, no aeroporto, disse-lhe o que sentia. E ela, na sua liberdade, respondeu-me: "just good friends, ok?". Disse-lhe que tudo bem, que ia só ficar a chorar durante duas semanas mas tudo bem.

Foi ali que experimentei na pele o contraste de estar prontíssimo para dar o salto e, ao mesmo tempo, não haver correspondência do outro lado. Vá-se lá perceber porque é que estas coisas acontecem, não é? Porque é que um lado sente que há imensa química e o outro lado - mesmo sentindo-se 'on the same page', como dizia a minha amiga - não faz nem 'ai' nem 'ui' em relação ao resto? Mistérios do amor humano. Seja como for, de nada me valeria insistir numa relação em que a outra parte não está 'lá', não é? Diz a matemática dos relacionamentos amorosos que se a escolha não é dupla e recíproca a coisa não funciona. Seria como tentar dançar com um manequim de montra. Péssima dança. Entretanto a minha amiga ainda teve a sabedoria e bondade de se despedir em grande estilo lançando-me um desafio: "pelo menos ajudei-te a perceber o que é importante para ti encontrar no outro". Doeu outra vez. Mas foi uma dor cheia de verdade, que é um milhão de vezes melhor que a dor provocada por falsidade.

Daí que seja bom perguntar: - esse amor é mesmo amor-amor verdadeiramente desejado pelos dois? - será que andas a fazer 'filmes' na tua cabeça e és só tu que o sentes assim? - consegues reconhecer o que valorizas no outro de modo a tomar consciência do que procuras num companheiro de vida?

 


 

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