Ser solteiro e católico: como podemos ajudar? (4/7)

por António Pimenta de Brito


Podemos, por isso, deixar um primeiro conselho, se o nosso percurso ajudar, de alguma forma: podemos desejar no nosso coração encontrar alguém que nos complete e até temos um perfil em mente. Fisicamente, assim, gosta de determinadas coisas, tem este ou aquele caráter e aquelas crenças, mas tudo tem a ver, em primeiro lugar, connosco. Se não estamos bem connosco, nunca estaremos com outros. Em conclusão, antes de tratar de procurar alguém com certo perfil, o que é legítimo e normal, trate de si. Em termos humanos e espirituais. Sinto-me bem na minha pele? O que quero melhorar? Tenho estes talentos e gostos, porque não despender tempo neles? E, por isso, encontrar o parceiro que sempre imaginei não é algo que venha do céu, mas até virá naturalmente se, em primeiro lugar, tratar de si.

Por isso, nenhum de nós é uma ilha. Viemos de alguém e de alguma família e estamos inseridos numa comunidade de pessoas, também com os amigos, trabalho, lazer, etc... Se tivermos tido a graça de ser amados em casa e nos ter sido passados bons valores e hábitos como a lealdade, a generosidade, o perdão, a persistência, o amor por si próprio, tudo isso é uma preparação para o que aí vem.

Uma relação a dois de uma vida inteira requer preparação e esta começa em casa com as primeiras virtudes. E o que são virtudes? São bons hábitos. Se a sua família, além disso, lhe tiver passado a Fé, melhor ainda pois Cristo mostra-nos quem realmente somos e a sua humanidade é um exemplo neste mundo duro e muitas vezes falso.

Cristo ensina-nos que todos temos a mesma dignidade diante dele, apesar do que cada um recebeu, desde família, a dinheiro, a talentos. Isto é muito importante, pois se não tivermos tido a graça de receber uma família que tiver tomado conta de nós, Deus está lá para nos dar uma segunda oportunidade e se alguém enviado por Ele lho deu a conhecer, melhor, pois, tal como o bom Samaritano (Lc. 10:30-37) ou o filho pródigo (Lc. 15:11-21), isto é, caso tenhas feridas na tua vida, injustiças que te causaram ou te tiveres afastado de Deus, ele está lá para te receber de novo, todos os dias. Estas são duas histórias que me marcam muito, pois o amor de Deus é sobretudo de receber, não tanto de dar, pois “foi ele quem nos amou primeiro” (Jo. 4, 19).

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