Para quem procura luz na escuridão
por José Luís Nunes Martins
Somos muitos, apesar de cada um se sentir isolado, desprotegido e só. No cansaço do nosso desespero… nesta procura constante por um simples sinal de descanso... devemos confiar mais no que escutamos. Talvez a salvação nos chegue pelo que ouvimos. Não pelo que vemos.
A tristeza demora-se no tempo. A aflição é mais forte, mas muito mais passageira. A infelicidade é um contínuo estado de tristeza. O infeliz está sempre triste. Mas quase todas as tristezas resultam de uma aflição... que passa, mas deixa uma ferida aberta. A tristeza é sem aflição. Arde mais fundo do que quase todos os sentimentos comuns. Apenas o amor é mais profundo.
As tristezas matam, de forma lenta, quem as sente e não as consegue resolver.
Só o amor pode salvar quem vive entristecido. Não os amores egoístas, mas o verdadeiro, aquele que procura o bem de um outro.
Nas trevas da solidão onde nos perdemos, podemos ouvir o silêncio de outros como nós, sentir o seu medo e a sua frustração, tocar-lhes… dar-lhes a mão. É difícil suportar alguém. Impedir que caia. Ajudá-lo a erguer-se. É difícil amar… muito mais do que ser só.
Escuta. Escuta o silêncio. Escuta o outro. O infinito e a paz que procuras não estão em ti, estão no outro.
Não confies no que brilha, quase sempre é apenas um mero reflexo de uma luz que está no lado oposto.
O mundo que vês quando fechas os olhos também és tu que o fazes. Escolhe o melhor de ti.
(ilustração de Carlos Ribeiro)
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