O que é que as mulheres querem?
por António Pimenta de Brito
Eis a pergunta de 1 milhão de euros, como se diz. Os estudos indicam que, mais do que o aspeto físico, as mulheres procuram nos homens a segurança, estabilidade e proteção, valorizam mais a componente emocional da relação, a amizade e a maturidade do homem. Daí o mito de que as mulheres gostam de homens ricos, pois serão capazes de oferecer estabilidade ao lar e à prole. De qualquer forma, também olham para o físico e para a personalidade e nos dias que correm, os papéis são bastante partilhados, isto é, a mulher trabalha e o homem também pode ajudar em casa sem nenhum perder masculinidade ou feminilidade. Podia-se resumir que estas procuram homens confiantes de si, que sabem o que querem, relaxados. De qualquer forma, os estudos valem o que valem. A verdade é que, para existir confiança, a lealdade e a honestidade também são muito importantes.
E os homens? Os estudos apontam para que os homens atentem mais ao lado físico das mulheres. O homem percepciona, inconscientemente, que quanto mais harmonia existir nas formas, mais propensão existe à propagação dos seus genes[1]. Fala-se, inclusive, que os homens sentem-se atraídos por “seios grandes” e “ancas roliças” porque estas características anatómicas indicam uma maternidade saudável (aleitamento e parto)... Anatomias à parte (e credibilidade destas teorias também), os homens também valorizam mulheres inteligentes, decididas, confiantes, (e de seios pequenos!) e a dimensão conjugal não se esgota na procriação, mas também na união. Além de existirem tantos casais inférteis, com alguma deficiência ou mais velhos com histórias tão bonitas (Hollywood não é propriamente exemplo de casamentos eternos e, como diz o outro, a beleza física acaba e relativiza-se!). Por isso, os estudos, mais uma vez, valem o que valem. Uma coisa é falar no “homem” e “mulher”, outra em pessoas concretas como o Joaquim e a Inês.
O amor numa conceção cristã não é um “apropriar-me” de algo do outro mas pela sua beleza (interior e exterior) querer participar dela e existir uma liberdade alheia à minha que me acolhe. É um amor que adiciona e não retira. Eu dou o que tenho, o meu amor, e recebo de volta. Dou algo que o outro não tem e vice-versa. Na reciprocidade e complementaridade o amor cresce e frutifica.
O que tem de interessante nos estudos é comprovar-se que o homem e mulher, para além da satisfação pessoal na relação, têm impressa na sua natureza essa necessidade imperiosa de fecundidade. De não ficarem fechados no seu amor e produzirem frutos. Fruto desse amor, criar-se algo, seja visível ou invisível.
Conclusão: os homens desejam o mesmo que as mulheres. Estar juntos na união e no espírito de Deus. Que a mulher seja feminina, bonita e orgulhosa das suas próprias realizações. Que o homem seja confiante, servidor, alegre. E muito mais, deixamos apenas algumas pistas possíveis para reflexão.
Relembramos seis factores de atração possíveis:
1. Estar disponível e livre para se comprometer numa relação, curado de perdas e feridas, em paz com o passado;
2. Comunicar bem nos bons e maus momentos com calma e escuta ativa;
3. Fazer coisas para os outros se sentirem bem como elogiar, demonstrar amor e tratar os outros bem;
4. Ser devoto na sua fé com sentido e propósito na vida;
5. Fazer coisas grandes e viver a vida ao máximo, conforme Deus nos pede; e:
6. Ser uma pessoa feliz e positiva: não à bisbilhotice.
[1] Cfr. SCHOPENHAUER, Arthur, “A Metafísica do Amor”, Coisas de Ler, 2007.
Nota: António Pimenta de Brito escreve conforme o novo acordo ortográfico.
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