12 perguntas a Jordan Peterson sobre casamento
por António Pimenta de Brito
O casamento não é apenas uma vivência de duas pessoas numa casa, onde partilham contas e tratam de crianças. Nessa lógica, substituíamos os cônjuges por irmãos ou simples cuidadores de crianças.
Seja feita antes uma declaração de intenções: sou um grande fã de Jordan Peterson e adiro à febre em volta dele. É uma lufada de ar fresco no pensamento do século XXI, além de um génio argumentativo e comunicativo. Aconselho vivamente quem ainda não leu “12 regras para a vida”, o seu bestseller, a rapidamente comprá-lo e oferecê-lo pelo Natal.
No tema do casamento, fiquei um pouco intrigado com as suas afirmações ao Observador, “Temos esta ideia estranha no Ocidente, que é muito imatura, de que o casamento é fundamentalmente sobre a felicidade do casal. Não, não é. É sobre a estabilidade da estrutura familiar para as crianças. Isso é o fundamental”. Sei que não serei a melhor pessoa para falar de filhos pois, apesar de casado, involuntariamente não os tenho, mas uma vida a dois manter-se inevitavelmente infeliz só por causa de crianças, será viável? Sei também que Jordan Peterson enfrentou problemas de saúde complicados com os filhos e, por isso, tenho de respeitar e solidarizar-me profundamente com todos os dramas individuais de cada casal (pois também os tenho), mas uma coisa é respeitar, outra procurarmos sempre melhores formas de conseguir essa felicidade apesar de contrariedades, a qual vejo em tantos casais que conheço. É possível. É fácil? Não, mas quem disse que era? Penso que esta forma pessimista de ver o casamento é uma tendência frequente em alguns conservadores e uma visão algo “protestante” da vida, a meu ver, como já escrevi neste artigo, a propósito de Henrique Raposo.
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